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segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O que serei?

Se for raiz serei nutrição
Serei a base... sustentação.
Mas simplesmente quero ser
Ser folha verde e absorver
Luzes de sol no alvorecer

Se caule, serei condução,
Rigidez serei e até flexão
Mas prefiro antes ser folhas
Telhado da grande floresta
Abrigo de vidas em festa.

Se for galhos serei extensão
Promessas de farta estação
Mas se folhas eu puder ser
Perfumarei os ares do mundo
Num vento de aroma profundo

Se frutos for, serei alimentos,
Semente e amor, vivo rebento!
Porém, se folhas enlaçarei
Vastas copas... real conexão
Pontos da rede... amarração!

Serei árvore e serei constante
Serei folhas e serei inconstante
Se árvore expirarei na serra
Se folhas inspirarei a certa
Aurora d’outras primaveras!

Boa Vista, 04/01/2005

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Informação

Lamento dizer-me
Que minto para mim!
Finjo com incauta sobriedade
Que não percebo a falsidade
No discurso antecipado
Que adio pro passado.

Dou inútil meia-volta
E vejo-me taciturno
Roubando apressado
Tantas horas vagarosas
Desse dissimulado relógio.

Várzea da Palma, 15/08/2005.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Abstração


Versos são naves
Que nos permitem navegar
Na imensidão do mesmo lugar.

Nos versos exploram-se as palavras
Nas palavras expõem-se os reversos
Da profundidade das essências
E dos sentidos abertos
Puramente concretos,
Ou, levemente,
Abstratos!

Boa Vista, 30/08/2004.