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domingo, 29 de janeiro de 2012

Arritmia




Meu coração se alvoroça
Em ler nos jornais
Que o tempo
Parou...

Só o meu coração
Não parou!
Sobrevive.
Sem marca passo
Em descompasso
E a um fio
Da arritmia!
Ainda bem
(deveria!...)
Que não sei mais
(eu soube um dia?...)
Qual é na essência
Da vida a cadência?!...

Boa Vista, 26/02/2003

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Sonhos (im)possíveis

Eu queria falar de amor
Mas não me vejo capaz.
A terra perde os frutos
Como nós a esperança
Amores são frutos
E precisam de lembranças.

Eu preciso sonhar, amor!
Acho até que sou capaz.
A terra gera frutos
E com eles esperança
Amores e frutos,
Não me saem da lembrança.
  
Belo Horizonte, 20/11/1999.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

O meu mundo

Sou marinheiro!
E se venho das Gerais,
Sou marinheiro mineiro.

Minha nau,
Ao invés de velas,
Tem asas, as mais belas!
E vôo com elas...
E vivo por elas...

Singro os ares
E aporto nos mares
Nos mais distantes e distintos,
Na estratosfera, inclusive!

Porque o mundo,
O verdadeiro mundo,
O encontro se eu o fizer,
Onde eu bem o quiser!

(do livro: De Néctar e de Flores... Inversos de Amores...)

Boa Vista, 26/06/2004

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Eternidade

Perpétuo é o vento
Que faz bailar os cabelos serenos

E brinca entre flores e jardins!

Perene é a rosa
Que perfuma o vento inquieto
E brinca entre folhas e espinhos!

Eterno é o passageiro
Que embarca na infinita viagem
E brinca hesitante sobre trilhos,
Infindáveis,

Andarilhos!

São Joao Del-Rei, 13/01/2012

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Cacos da alma

Minha alma despedaçada

Reinventa a poesia
Naquilo que são cacos.

Os cacos se juntam

E a louça restaurada
Disfarça as cicatrizes
Na superfície lisa
Da alma trincada!

Várzea da Palma, 31/05/2005

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O pao nosso cidadao

O pão nosso de cada dia
Meio-tosco, meio-cinzento
Em farinha e cimento

Nos dai hoje em novo dia,
Com sol temperado a cal
E rosto encharcado de sal

Sem peidade, no entanto,
Com dignidade, entretanto,
Atenção é prova de amor!

O pão nosso de todo dia
Deixai-nos amassá-lo, todavia,
Com a força das nossas mãos!

Boa Vista, 15;06;2003.