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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Reflexão


Reflita sobre a pedra
Mas não sobre a pedra
E sim sobre a vida
Vivida em pedras
Em pedras lascadas

Reflita sobre a vida
Mas não sobre a vida
E sim sobre a pedra
Lançada em vidas
Em vidas lascadas

São João del-Rei, 22/12/2011

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Entes queridos

Os espíritos a vagar não estão!...
Deitam-se calmos em minha cama,
Marotos e intrusos, sem permissão!

Acompanham-me pela manhã
E de resto, por todo o dia,
Sentam-se à mesa, doce mania!

Bisbilhotam cada nicho
Hermeticamente oculto
Nas profundezas do eu.

Expulsam sem me avisar
Os meus entes favoritos

Quando os chamo um a um
Estou só completamente
Flutuando levemente
Na rede indelével
Suspensa no divã!

Boa Vista, 04/03/2003.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Aprovação


Uma gota de néctar sobre o amargor
Servida de brinde
E sorvida nas páginas ocultas dos jornais
Exala a paz num mundo de conflitos

Que não se anuncia de graça
E que reina num mundo próprio
Onde a esperança é soberana

Que reina humilde no reino da verdade
E que mapeia a afeição radicada
No fundo profundo do seu coração!


São João del-Rei, 16/03/2011

sábado, 17 de dezembro de 2011

O brilho eterno todo dia

(em homenagem ao carnavalesco Joãozinho Trinta)

Seu nome é brilho e é Trinta
Chamam-no às vezes João
Joãozinho para os íntimos
E íntimos quantos o são!

Da polêmica sensibilidade e intuição
Faz versos memoráveis na avenida
Ofusca a razão curvando-se à paixão
Sem falso pudor, com vida e ardor!

Do lixo ao luxo e de volta ao nicho
O mundo redondo samba em fevereiro
Tal voo fugaz de um beija-flor certeiro
Poliniza multidões num enlevo faceiro.

Tais os beijos apaixonados dos abre-alas

A fecundarem o mundo qual última vez

Na cúmplice libido mágica e assanhada
Morro e asfalto tecem a rede encantada.

Boa Vista, 23/02/2004.

De novo!

Ainda ontem foi Natal
Os sonhos plantados nas promessas
Espalharam-se na cadência dos sinos
E anunciaram que o homem prevaleceu.

Amanhã será Natal
Os sonhos crescidos terão nova cor
E semeados pela harmonia dos sinos
Hão de contar que o amor prevaleceu!

E hoje é Natal
Os sonhos colhidos são frutos possíveis
Embalados nas sinfonias dos sinos
Cantam aos povos que a vida prevaleceu!


São João del-Rei, 17/12/2011

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O reverso da razão

Quando penso,
Sou ser racional.
Se for racional,
Serei ser natural,
E se for natural,
Serei árvore, pedra ou poste,
Plantados na plenitude dos caminhos,
Ou mesmo um passageiro ensandecido,
Torcendo atordoado e feliz
Em cada arquibancada que fiz.

Corinto, 22/08/2007

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Vida aberta

Sou um livro fechado
E minhas folhas reservadas
Revelam transparentes
Páginas ocultas da vida
Em cada página virada.

São João del-Rei, 24/05/2009

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O ponto certo


Quando as flores retornam
Aos jardins periféricos
O sol ajusta-se no ponto
Mais próximo do meu coração.

E do meu coração
Correm veias periféricas
Que alimentam meus pêlos
E aguçam em meus sentidos
A sensação de arrepio

Doce e mero arrepio
Num vago coração vazio
Sedento por muitas flores
Carente de tantos amores

Quando as flores renascem
Nos jardins da esperança
O coração se enche de sol
E o sol ajusta-se a pino
No ponto mais perto das flores
Florescidas sob minha janela.
Giro as chaves do meu coração
E abro espaço aos meus amores.

Boa Vista, 12/05/2004.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Artesão

Fala-me palavras

E as faço em poesias

Fala-me de amores

E os partilho em fantasias

 

Nas fantásticas magias

Das mágicas e leves utopias

Dos tempos quaisquer de viver

A vida em quaisquer vias...

 

Nesses tempos utópicos de ser

Em quaisquer tempos de viver!


Boa Vista, 27/05/2004

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Furacão

Vive-se a mentira diária
Estampada em outdoor!
Por fora,
A perfeiçao em mensagens!
Por dentro,
Rumos vazios
Na ausência de rumos
Indicados nas placas.

O timão em suas mãos
Conduz o seu barco à deriva
E orienta neurônios dormentes
Pelas velhas estrelas cadentes

Boa Vista 08/09/2003

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Do mesmo jeito

As coisas e a vida
Não são
Como as coisas da vida
São!

Não são as coisas e a vida,
Exatamente do jeito,
Que a vida e as coisas
São!

Boa Vista, 05/10/2004


domingo, 27 de novembro de 2011

Amigos

E se os amigos viessem?
Talvez a solidão fosse menor
Menor que a própria dor
A fina dor de ser tão só!

Mas a solidão pelo que li
Vive dentro de mim:
É fardo, é carma, é sina,
É ente de vida própria!
E suga tal qual parasita
O viço da alma aflita
Enquanto os amigos não vêm!

Boa Vista, 03/09/2004

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ensinamento

O relógio distraído em tic-tac
Exibi em horas que a manhã
Longe está do seu limiar.
E nesse instante perene
Meu prisioneiro tico-tico
Faz-se pássaro de raça
Gorjeia altiva cantoria
No fundo raso do alçapão!

Meu avô zomba da casta
Que circunspeto admiro
Com a liberdade de aprendiz.

O relógio retumbou sala afora
Anunciou a noite chegando
E refletiu a gaiola vazia.

O meu avô bateu asas
E não viu que o tempo
Fez-me pássaro cativo
Condenado à liberdade!

Boa Vista, 28/09/2004

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Autoconfiança


De que valem a firmeza
Tantas teses e a certeza
Se na virada da esquina
Sou mais um na multidão?

Dois pés em descompasso
Disputando algum espaço.

Sem rosto e identidade
Mesmo a personalidade
Certeza eu tenho se sei
Sei que as luzes de néon
O alarido e a confusão
Desnorteiam e orientam
Tanta razão sem razão!

Boa Vista, 23/07/2003

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

O que serei?

Se for raiz serei nutrição
Serei a base... sustentação.
Mas simplesmente quero ser
Ser folha verde e absorver
Luzes de sol no alvorecer

Se caule, serei condução,
Rigidez serei e até flexão
Mas prefiro antes ser folhas
Telhado da grande floresta
Abrigo de vidas em festa.

Se for galhos serei extensão
Promessas de farta estação
Mas se folhas eu puder ser
Perfumarei os ares do mundo
Num vento de aroma profundo

Se frutos for, serei alimentos,
Semente e amor, vivo rebento!
Porém, se folhas enlaçarei
Vastas copas... real conexão
Pontos da rede... amarração!

Serei árvore e serei constante
Serei folhas e serei inconstante
Se árvore expirarei na serra
Se folhas inspirarei a certa
Aurora d’outras primaveras!

Boa Vista, 04/01/2005

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Informação

Lamento dizer-me
Que minto para mim!
Finjo com incauta sobriedade
Que não percebo a falsidade
No discurso antecipado
Que adio pro passado.

Dou inútil meia-volta
E vejo-me taciturno
Roubando apressado
Tantas horas vagarosas
Desse dissimulado relógio.

Várzea da Palma, 15/08/2005.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Abstração


Versos são naves
Que nos permitem navegar
Na imensidão do mesmo lugar.

Nos versos exploram-se as palavras
Nas palavras expõem-se os reversos
Da profundidade das essências
E dos sentidos abertos
Puramente concretos,
Ou, levemente,
Abstratos!

Boa Vista, 30/08/2004.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Valor intrínseco

Quanto vale a minha alma?
Vale os sonhos que sonhei
Antes mesmo de nascer!

Vale a realidade apressada
Que aniquila velhos sonhos
Durante o meu viver.

Vale a fé irrequieta
Imprecisa e fugaz
Que se derrete por detrás
De densa luz equivocada
Por tanta sombra sufocada
Nas penumbras da esperança!

Corinto, 05/02/2007.

domingo, 11 de setembro de 2011

Preceitos e preconceitos

Em meio a portas de entradas
Escancaradas
Vejo portas entreabertas
De saídas encobertas...
Dando vazão aos delírios
Mais profundos
Aos pecados encantados dos mundos
Depravados mundos!... Imundos!...
Encarnados... Mundanos...
Mudando o profano
Em cotidiano
Em tarefas escolares
Seculares... Salutares...
Juvenis... Pueris!

Dragões de línguas e olhos de fogo
Arrastam-se iguais a contorcionistas
E lambem atrevidos e sorridentes
Os pés lavados e indulgentes
Da obtusa moral coletiva!

Boa Vista, 28/01/2004

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Restrição

O céu experimento em seu colo
O inferno em seus domínios
Subjugo-me em desatino
Nesse desejo incontido
No seu corpo contido.

Reviro-me noite adentro
E ao tardar o amanhecer
Adormeço esperançoso
De que na verdade
Um novo dia
Nunca venha.

Várzea da Palma, 20/05/2005.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Reconhecimento

Reconheço o mundo
Nos vários sentidos
Dos contornos internos
Dos meus insensíveis sentidos.

Que não pensam
Não questionam
Nem olham e nem veem...
Apenas, sentem
Os sentidos escorrerem!

Várzea da Palma, 18/12/2005.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Pulsação

Indivisível
É o meu coração
Perdido na multidão
Perdida na vastidão
De infinitos corações.

Eterno
É o meu coração
E indivisível que é
Pulsa por impulso
E num átimo celebra
O arquejar da vida!

Boa Vista, 13/08/2004

segunda-feira, 18 de julho de 2011

A olho nu

O Plutão não é mais Planeta
É no máximo, pode ser,
Um Planeta Menor,
Anão, se quer dizer!

Minhas convicções ginasiais estremeceram-se
E muitos referenciais desmoronaram,
Outros, no entanto, nem tanto:
Visto que a seca nordestina
Assim como a fome e a miséria
Soberanas sobrevivem
Nítidas à olho nu
Vistas com a segurança
Do plano alto das tribunas!

Várzea da Palma, 25/08/2006.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Rotina

O café da manhã prenuncia
O início de um novo dia
De afazeres tão iguais.

E por certo a garantia
Estampada nos jornais
De um novo café adiado
Por tempo indeterminado

Quiçá pro amanhã seguinte
Na manhã do dia seguinte!


Boa Vista, 05/02/2004.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Coração desfolhado

Farfalham folhas no meu coração
E as sementes voam pelos mares
Farfalham flores no meu coração
E as sementes brotam pelos ares.

E no vai-e-vem cúmplice das folhas
O meu coração navega sem tino
Enraizado no vento, indo e vindo,
Desabrocha velhas sementes
Plantadas à força no meu peito!

São João del-Rei, 28/01/2005

sábado, 25 de junho de 2011

O som da floresta



            (Em homenagem ao festival de Parintins)

Calam-se os pássaros
Calam-se os bichos
Emudecem-se as pessoas
Num toque de magia
A floresta silencia
Para ouvir o que ressoa
Nos cantos dos cantos
Do planeta que se curva
E reverencia em cantos
Os encantos da floresta
Inundada pela festa!

Tambores... Oboés... Flautas... Filarmônicas...
Entoam toadas e ressoam cantigas
No meio da selva em explosões harmônicas
Guerreiros renascem das tribos antigas.

Num instante de magia transforma-se o cenário
Aplausos de euforia e o silêncio dos contrários
Conduzidos pelo ritmo estonteante da morena
Boi Vermelho e Boi Azul pelejam na arena.

A dança cai em pingos qual a chuva no sertão

Lava a alma adormecida em cada filho da nação
Meio-gente, meio-cobra, meio-peixe em aluvião,
Silenciam-se os tambores quando brota o clarão
E a aurora marca data para nova altercação.

Várzea da Palma, 11/05/2005.

domingo, 19 de junho de 2011

Minha companhia

Nos caminhos onde andei
Nunca estive só,
Embora visto assim,
Estiveste comigo.
E só eu sei
Sei que o meu coração
Não cansou de carregar-te
E alegrou-se em amparar-te
Em cada passo que trilhei.

Boa Vista, 02/08/2004

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Acolá e mais além

Sonhos, sonhos vivos,
Uma nuvem preguiçosa
Esvai-se.

E o sol sem nuvens
Aqui e acolá
Explode incontinente
As cancelas do peito.

Uberlândia, 20/10/1990.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Estrada de volta

Que essa estrada me leve
Para bem longe daqui
E que me traga de volta
Quando chegar a saudade
Dessa terra onde nasci!

Nem todos comigo irão
Porém comigo estarão
E quando o frio apertar
Quiçá tenhamos lugar
Na soleira do fogão!

E pelo mundo em lembranças
Entre conquistas e andanças
De tudo muito antes quisera
É que essa estrada deveras
Leve-me aos tempos de criança
Ao mundo mágico da infância!

Boa Vista, 11/08/2003.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Episódios vespertinos

Apressados... Inconsequentes...
Transeuntes germinam do asfalto
Carros congestionam as calçadas
Motoqueiros inventam preferências...
E o guarda suado e impotente
Faz gestos mecânicos
Estrilando a direção
Na disposição da mão
Que indica a contramão!

No tumulto vespertino
Malroupido o menino
Ensaca suas miçangas
E sob olhares ausentes
Da alquebrada multidão
Furta adequada carona
No pára-choque do lotação
Rumo à ínfima quietação
Que dura, por conseguinte,
Até a longínqua manhã
Do próximo dia seguinte!

Várzea da Palma, 09/07/2005

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Com paixão


Compaixão
Retrocedo-me no tempo
E humilhado despenco
Do alto do viaduto.

Com paixão
Equilibro-me na corda bamba
E avanço vida adentro...

Boa Vista, 10/05/2004.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Antídoto


Experimento do meu próprio veneno
E por vingança ou por descuido
Depuro o sangue viciado
Num cântaro de barro,
Ou, quem sabe até,
Em veias frágeis de porcelanas?

A vida consistente caminha
E o caminho traz de volta
A vida frágil e persistente
Que por capricho ou sina
Resiste e não caminha!

Boa Vista, 06/10/2004

terça-feira, 31 de maio de 2011

Alucinação


Uma taça de vinho
Inebria meu corpo.

Vinho tem alma!

Confunde
E acalma,
O meu errante espírito

A minha irrequieta alma!

Manaus, 20/10/2003.

domingo, 29 de maio de 2011

Pensam que sou


Um campo em flores
Um campo minado
Um campo sagrado
Um campo de bolas
Em campo o meu time.

Um silvo de cobra
Um réquiem recobra
Um sino que dobra
Um apito manobra
O alarido que sobra.

Só sou o que fui
Serei só o que sou
Um retrato sem tela
Pendurado na mente.

O passado e o futuro?
Incógnitos presentes!...

Boa Vista, 21/08/2003

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Marketing de relacionamento

Hoje não existe nas calçadas
Nem leite, jornal e pão
Nem piques, bolas e cirandas
Nem conversas nas varandas

Existe chamadas televisivas
Desesperadas... Apelativas...
Buscando qualquer atenção,

O relacionamento instigando,
O relacionamento acirrando,
Como diferencial competitivo
No jogo obsceno e ferino
Do mais vender muito mais.

E por trás do interfone
Uma pizza por telefone,
Um motoboy taciturno
Serve o repasto noturno

A sete chaves guardadas
Crianças felizes saboreiam
Livres louros do progresso.
E via modem e internet
Cheias de mimos e carentes
Enviam beijos inocentes
Para os avós e os parentes.

Boa Vista, 07/09/2003

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Certezas ao vento


Por vezes você me encanta
Noutras,
Você me assusta!
E minha alma sem rumo
Esvai-se como nuvens
Sólidas no vento
Cujo sul é o norte,
E cujo norte
É a sorte!

Boa Vista, 24/05/2011

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Espaço real

O que é o tempo
Se não a ilusão
De que tudo é igual?
E o que dizer do espaço
Cúmplice do tempo
Para ser natural?

Einstein estaria errado?!...

E se na tese ideal
O tempo for real,
O relativo integral
E o espaço virtual?

Talvez não passemos
De poeira cósmica
Pulsando contente
Pensando ser gente.

Todavia,
Se na realidade,
A poeira não pensar?...
O mistério se agiganta
Eva... Newton... a Maçã...
E a razão firme balança
Na rede frouxa do divã!

Boa Vista, 10/03/2003.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Revitalização

Reorganizo as idéias
E saio indefeso da casca.

Ensaio incoerente um canto novo
Repenso, refloresto e revitalizo
Profundas coerências pessoais
Envoltas por velhas cascas.

Boa Vista, 21/09/2004

domingo, 3 de abril de 2011

Além dos sonhos

Quero viver perto dos mares
E aprender com suas ondas
Que a vida é um vai-e-vem...

Quero viver perto dos rios
E aprender com seus cursos
Que a vida tem seu tempo.

Quero viver perto dos montes
E aprender com seus cumes
Que o limite é pessoal!

Quero viver perto dos vales
E aprender com suas sombras
Que o sol que se põe, renasce!

Quero viver perto das luas
E aprender com seus brilhos
Que o esplendor é oportuno.

Quero viver perto das nuvens
E aprender com suas formas
Que se deve ser flexível.

Quero viver em lugares tantos
E aprender com seus encantos
A viver e morrer..
... e de novo viver...!
e morrer
às vezes, quem sabe,
somente
viver!

Boa Vista, 18/03/2003.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Reflexos no espellho

Não tenho tido tempo
Nem para ver passar
Esses novos tempos!

O meu espelho, porém,
De qualidade dubitável
Insiste em exibir-me
Precipitadas imagens
Sob novas montagens
Dum novo desconhecido
Modernamente vestido
Com velhas roupagens.

Boa Vista, 01/06/2004.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Prosseguimento

Eu conto as horas
Nas camisas molhadas
Quaradas nos varais
De várias cores.

Eu canto as horas
Encarnado nos palcos
Depravados!
Armados nos circos
Encantados!
Repletos de dores
E de amores.

Boa Vista, 12/11/2004

terça-feira, 29 de março de 2011

Lugar perfeito

Utopia,
O lugar perfeito
Ou lugar que não existe
Na geografia cartografada.

Existe, contudo, no meu peito,
Situa-se no limite do horizonte
E me faz caminhar sem pressa
Em direção a mim mesmo!

Várzea da Palma, 31/07/2006