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quinta-feira, 31 de maio de 2018

Determinismo


Em tempos de sol e de ondas
Rios saltam em cataratas
Enquanto homens cochilam
E dormem de olhos abertos!

O pão de cada dia
É o trigo de todo dia
E em apitos de fábricas
Consomem-se as horas
Em ideias que vingam...

Em se vingando florescem
E frutificam opções:
Pode ser, pode não ser,
Eis a eterna discussão.
Mas o vendaval que se avizinha
Não soprará por acaso
A chama do mais querer.

E outra vez mais
Nos campos arados
O trigo germinará...
Enquanto na gaiola dourada
Liberto da sua sina
Gorjeia impotente um passarinho!

São João del-Rei, 10/05/1986.


segunda-feira, 28 de maio de 2018

Canto à solidão

Uma voz vem de dentro
Espio em volta,
Em volta do escuro,
Escuto,
Escuto vagamente,
Um silêncio profundo.

Uma voz vem do vento
E borboletas desatentas
Bailam leves no ar!
Escuto o vento
E ele não diz nada.
Canta, apenas!
Só canta
E só...


São João del-Rei, 09/06/87