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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Furacão

Vive-se a mentira diária
Estampada em outdoor!
Por fora,
A perfeiçao em mensagens!
Por dentro,
Rumos vazios
Na ausência de rumos
Indicados nas placas.

O timão em suas mãos
Conduz o seu barco à deriva
E orienta neurônios dormentes
Pelas velhas estrelas cadentes

Boa Vista 08/09/2003

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Do mesmo jeito

As coisas e a vida
Não são
Como as coisas da vida
São!

Não são as coisas e a vida,
Exatamente do jeito,
Que a vida e as coisas
São!

Boa Vista, 05/10/2004


domingo, 27 de novembro de 2011

Amigos

E se os amigos viessem?
Talvez a solidão fosse menor
Menor que a própria dor
A fina dor de ser tão só!

Mas a solidão pelo que li
Vive dentro de mim:
É fardo, é carma, é sina,
É ente de vida própria!
E suga tal qual parasita
O viço da alma aflita
Enquanto os amigos não vêm!

Boa Vista, 03/09/2004

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ensinamento

O relógio distraído em tic-tac
Exibi em horas que a manhã
Longe está do seu limiar.
E nesse instante perene
Meu prisioneiro tico-tico
Faz-se pássaro de raça
Gorjeia altiva cantoria
No fundo raso do alçapão!

Meu avô zomba da casta
Que circunspeto admiro
Com a liberdade de aprendiz.

O relógio retumbou sala afora
Anunciou a noite chegando
E refletiu a gaiola vazia.

O meu avô bateu asas
E não viu que o tempo
Fez-me pássaro cativo
Condenado à liberdade!

Boa Vista, 28/09/2004

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Autoconfiança


De que valem a firmeza
Tantas teses e a certeza
Se na virada da esquina
Sou mais um na multidão?

Dois pés em descompasso
Disputando algum espaço.

Sem rosto e identidade
Mesmo a personalidade
Certeza eu tenho se sei
Sei que as luzes de néon
O alarido e a confusão
Desnorteiam e orientam
Tanta razão sem razão!

Boa Vista, 23/07/2003