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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Por onde andei?

Esses anos
Longos e breves anos
Os passei asilado
Exilado
Sob densa penumbra
Dos pesados ponteiros
Precisos nas horas
Dos leves relógios

Relógios de impulso
Relógios biológicos
Acorrentando em meus pulsos
Um tempo que não vivi.

E daí,
Eu não vi
O meu filho crescer.
Nem vi florescer
No quintal do meu quintal
A minha árvore proibida
De fartos frutos proibidos.

Ah... Nem mesmo sei
Se inspirei ou expirei.
Apenas esperei... 

Acordei
E senti respingar
Gotas irrefragáveis
De rudes atrofias

Reparei...
Irreparáveis!

Várzea da Palma, 11/07/2005
(do livro: Ruas Abertas, Portas (e mentes) Fechadas

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