Mato a bala no peito
De frente pra rede...
E a galera se levanta!
Vacilo um instante...
A rede não balança
Silencio gritos estridentes.
Se a rede não sacode
Em éxtase explode
O alarido do silêncio!
E os corações endurecem
E os corações recrudescem
Redes e fios recrudescem
E as aranhas não tecem
A cadeia de alimentos
Nos fios e nas cordas
Ora a bola não rola
Ora a rede se enrola
Em defesa do gol
O gol se aniquila
E o gol se afunila
E o caldo filtrado
Não alimenta em tese
Um ingênuo passarinho
Há pássaros na trama
Regurgitando na grama
Redes e fios rompidos
Balas e gols impedidos!
(do livro: Outra Estrada Qualquer!...)
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