Poderia chamar-te de flor,
Caso a flor não murchasse,
Poderia chamar-te de amor,
Caso o amor não terminasse!
Posso, contudo, chamar-te de mãe,
Porque carregas o dom de gerar!
E sendo mãe, chamar-te de flor
Porque trazes o dom de adornar!
E como flor, chamar-te de amor
Porque tens o dom de cuidar!
E em meio às tarefas e agendas
Desejos, filhos e contendas,
A roda viva desvenda-te
Uma lágrima no olhar!
Paras de súbito ante o espelho
Entre o batom e o salto alto
Faze-te confusa em sobressaltos
Em frente aos tantos papéis
Que a vida te obriga a viver.
E por seres forçada a escolher
Abdicas de outros quaisquer...
Ostentas por legítimo prazer
O teu pulcro papel de mulher!
Boa Vista, 05/03/2004 (uma homenagem
a todas as mulheres pela passagem do dia internacional da mulher)