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terça-feira, 7 de março de 2017

Mulher

Poderia chamar-te de flor,

Caso a flor não murchasse,

Poderia chamar-te de amor,

Caso o amor não terminasse!

  

Posso, contudo, chamar-te de mãe,

Porque carregas o dom de gerar!

E sendo mãe, chamar-te de flor

Porque trazes o dom de adornar!

E como flor, chamar-te de amor

Porque tens o dom de cuidar!

 

E em meio às tarefas e agendas

Desejos, filhos e contendas,

A roda viva desvenda-te

Uma lágrima no olhar!

 

Paras de súbito ante o espelho

Entre o batom e o salto alto

Faze-te confusa em sobressaltos

Em frente aos tantos papéis

Que a vida te obriga a viver.

 

E por seres forçada a escolher

Abdicas de outros quaisquer...

Ostentas por legítimo prazer

O teu pulcro papel de mulher!

 

 

Boa Vista, 05/03/2004 (uma homenagem a todas as mulheres pela passagem do dia internacional da mulher)

 

Um comentário:

  1. Belo poema João. Lembra que pára além de todos os papéis a verdadeira mulher é a que não se esquece de ser mulher.

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