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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sociedade líquida


   (em homenagem a Zygmunt Bauman)

Sou líquida matéria
E tomo a forma de mim mesmo
Nesse oceano petrificado
De grifes de pronta entrega.

A minha essência indelével
Que me legou a eternidade
Escapa através dos vitrais
Das modernas catedrais.

Num bazar de shopping center
Apresento em oferendas
Todo o vazio do meu ser!

Sem medidas reabasteço
Um insaciável carrinho
Coalhado de ambições

E desprovido de ilusões!


Corinto, 05/10/2006.

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