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quinta-feira, 24 de março de 2011

A fé de cada dia

O sol escorre pelas janelas
Inspeciona casas e capelas
Ilumina as almas e os anjos
De pujantes encantos
Em cantos virginais.
O padre almoça frango
Enquanto noutros cantos
Abelhudos meninos bisbilhotam
A sua santidade e a sobremesa

A fidúcia o turíbulo incensa
O sonho ultrapassa montes
Enquanto a pomba da paz
Repousa sobre o mesmo altar
Onde se imola a esperança

Alados são todos os sonhos
Alados são os sóis nascentes
E sem asas voam esperanças
Qual a fumaça dos incensos
Enquanto espíritos errantes
Vagando nas asas da fé
Professam outra fé
Sustentados pela fé
Que não confessa
A própria fé.

Boa Vista, 08/12/2003

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